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Dançar Forró e seus benefícios cognitivos na saúde

Dançar Forró é um treino cognitivo que pode nos proporcionar felicidade e benefícios tanto na esfera social quanto no bem estar físico e mental

Vanessa Caetano

Todas as pessoas carregam registros em seus corpos, memórias de sensações variadas, como dor e prazer, as quais ao longo do tempo vão se acumulando através das experiências vividas. Essas emoções e sensações nos norteiam, definem nossos gostos e circunscrevem um pouco da  identidade. Alguns registros positivos são universais, por exemplo, a sensação de um abraço acolhedor, o bem estar após realizar alguma atividade físicaencontrar amigos, conversar, ouvir uma música, aprender algo novo, superar-se, etc.

Imagine a potência de juntar todas essas opções num único evento? Que tal sair para dançar Forró? São inúmeros os benefícios que atividades tão completas e complexas como essa podem proporcionar. 

Dopamina e sentido de gratificação

Podemos iniciar com a sensação de motivação que temos quando vamos em direção a uma atividade nova e precisamos explorar um pouco algumas habilidades a fim de aprimorar a prática. Tal motivação é ativada pelo sistema dopaminérgico em busca de recompensas. A dopamina é um neurotransmissor responsável por nos impulsionar na direção de atividades que geram essa sensação de que vale o esforço, e dançar Forró pode ser muito bom no sentido de que são muitas as gratificações que obtemos, tanto nas esferas sociais quanto no bem estar físico e nos ganhos intelectuais. 

Noção de espaço no salão de dança

Do ponto de vista da mente, incrementa habilidades espacial e temporal, através dos movimentos e passos executados dentro do ritmo. Há um treino de memorização significativo ao incorporar movimentos e sequências. Repetir esse repertório consolida novas informações e passamos a poder brincar com diferentes possibilidades ao explorar movimentos de outros ritmos, criando outras associações neurológicas. Desenvolvemos a noção do espaço disponível no salão ganhando com isso consciência corporal, ajudando a adaptar os movimentos em situações de espaço mais cheio ou mais vazio. Aprendemos a tomar cuidado com os outros dançarinos ao nosso redor, a gerenciar de maneira natural esses espaços e a sermos gentis com os parceiros, cuidando para que a integridade física seja respeitada ao evitar trombadas e esbarrões.  Os vários ritmos de Forró nos permitem gerenciar passos e gestos em velocidades variadas, trazendo adaptações para a interpretação dos movimentos. Muito bom pra cognição, agilidade mental e musicalidade. 

Os hormônios da felicidade

Do ponto de vista físico, dançar é um excelente exercício. Quem forrozeia também faz treino cardiovascular, aumenta tônus dos músculos, perde gordura, libera toxinas, melhora postura, o humor e espanta os males da alma. Quando estamos em estado de movimento, lidamos melhor com o estresse do cotidiano e tendemos a superar crises e dores emocionais com mais resiliência. Qualquer profissional da saúde mental prescreve exercícios físicos para tratar questões emocionais, e a dança certamente pode ser coadjuvante em muitos casos. Durante os exercícios o corpo aumenta a liberação de  hormônios do bem estar e alegria que nos deixam com uma sensação muito gostosa de prazer. A endorfina pode inclusive ter um efeito analgésico. A serotonina regula o sono, promove o bom humor, a sensação de bem estar e melhora das funções cognitivas. Por último, mas não menos importante, há ganhos em relação à socialização. Nesse caso o hormônio protagonista é a ocitocina. Buscar companhia favorece ao indivíduo criar vínculos significativos que podem ajudar no sentimento de pertencimento, propósito, autoestima e felicidade. Tímidos se beneficiam bastante ao treinar interação social num ambiente amigável e leve. Muitos casais são formados em salões de forró e os relacionamentos preenchem a vida das pessoas com significado. 

E aí? O que vai fazer de bom hoje? Bora dançar?

Vanessa Caetano, psicóloga

Psicóloga

Veja a entrevista da Dra Vanessa na nossa série no YouTube

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