DestaquesFelicidade

O Forró por Recomendação Médica

Entrevista com Mariana Soares para Forró Fonte de Felicidade. Por Deborah Goldemberg

Mariana Soares tem 45 anos e frequenta as casas de forró de São Paulo há 2 anos por recomendação médica. Tornou-se uma “forrozeira” e hoje não abre mão da sua dose semanal de forró para manter sua saúde mental. Conheça sua história:

Como você descobriu o forró?

Uma amiga sempre ia e tentava me levar, mas como eu era casada eu nunca ia. Um dia resolvi ir com ela. Como eu não dançava na época (me considero alguém que nasceu com uma “espada nas costas”, por não levar jeito para dançar), não gostei tanto. Alguns anos se passaram até eu voltar ao forró.

Me conta como foi ir ao forró for recomendação médica?

Eu tive uma série de problemas de saúde e passei por uma cirurgia, que me levaram a tomar anti-depressivos. Sentia muito medo de não ficar boa de novo. Passei a ter ansiedade e medo de ter mais problemas de saúde. No entanto, tive uma reação alérgica e tive que parar. Para piorar, não pude mais praticar as artes maciais que eu praticava. A psicóloga, então, sugeriu que eu fizesse coisas que me deixassem feliz. Daí, resolvi fazer aulas para ver se me animava mais no forró.

Daí você foi virando uma forrozeira?

Sim! O forró é um lugar onde você pode ir desacompanhada, o que facilita muito. Diferente de um bar, que você não se sente confortável ou segura em ir sozinha. No forró, comecei a fazer novas amizades e até um crush. É barato. Me divirto. Queimo calorias. Saio feliz. As cantadas são as melhores! O forró acabou de tornando uma válvula de escape da minha ansiedade. Eu ia ao forró e voltava para casa mais leve. Me faz sentir viva e o medo de doenças e da morte foi ficando para trás.

Qual foi o maior desafio?

Fora aprender a dançar, há um certo estigma por parte da família em relação ao gênero e a eu ir tanto no forró. Meus filhos perguntam, “De novo no forró?” Também, há os dançarinos chatos, fedidos e suados, mas isso faz parte. Hoje já sei me defender.

E a saúde mental?

Eu continuei fazendo terapia, mas parei o remédio. Vou ao forró duas ou três vezes por semana, que me ajuda a manter minha cabeça bem.

O que você diria para quem está lendo essa matéria e tem vontade?

Não perca tempo. Comece fazendo algumas aulas, para ganhar segurança para dançar e até tirar uns caras para dançar. Torna tudo mais divertido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *