Dança

ESG na dança. Despertando a consciência

O Brasil é um país com um potencial enorme para a economia verde, mas também é um grande produtor de plásticos que poluem o meio ambiente. Saiba como a dança pode ajudar na conscientização desse problema

A palavra da vez é ESG. Alguns nem sabem o que é ou se importam e algumas empresas apenas adotam porque está na moda. É como falar que a empresa x de refrigerante é sustentável, mas produz e vende seus produtos em embalagens de plásticos, não têm programas de reciclagem e suas embalagens vão poluir os oceanos e na terra seus resíduos demoram até 500 anos para se decompor. Mas afinal o que é ESG? Environmental (meio ambiente), Social (social) e Governance (Governança Corporativa). E o que isto tem a ver com a dança?

As pessoas que praticam dança de salão, em especial o Forró, são pessoas que buscam na dança a alegria de viver, ir dançar Forró para alguns é um estilo de vida e, geralmente, são aquelas pessoas que estão em harmonia, tanto na parte física como emocional, ou se não estão, buscam e encontram conforto emocional na dança, afinal o abraço do Forró é uma ferramenta poderosa.

Mas essas pessoas estão realmente conscientes das práticas ESG? Em partes sim, e vamos explicar. Nos últimos anos, a saúde física tem ganhado destaque. As academias estão lotadas e ao entardecer é possível ver centenas de pessoas andando ou praticando corridas nas avenidas. Mas nem todas as pessoas realmente se importam com o meio ambiente e sim com o seu bem estar físico. O plástico, por exemplo, é algo que é consumido em todos os lugares e poucas pessoas se importam com seu destino final. O importante é usá-lo e descartar no lixo, poucos se importam com a coleta seletiva e alguns reclamam que quando fazem a separação do plástico dos demais lixos, quando passa o caminhão de lixo todos os saquinhos são misturados e dane-se o meio ambiente.

O plástico está presente em tudo, facilitando e protegendo o ser humano de doenças. Por exemplo, nos hospitais onde o plástico exerce uma função importante para evitar a contaminação de seringas, alimentos, remédios, etc. Num voo de longa distância, quase todos os alimentos vêm com embalagens plásticas; ao fazer compras no supermercado, o plástico está muito presente e depois, na cozinha, ele é muito usado e descartado na maioria das vezes de forma incorreta.

Um relatório da ONU sobre poluição plástica alerta a necessidade de uma ação global urgente. É uma ameaça crescente em todos os ecossistemas de onde a poluição se origina até o mar. Mas tanto as empresas como os governos vão empurrando com a barriga e não encaram este problema, falta vontade política, investimentos e visão de meio ambiente, ou se tiver, ainda não são suficientes para resolver o problema. Mas isso tem que começar com você!

Como podemos começar? O Brasil é um país que não aproveita o potencial econômico do lixo urbano. Segundo a ABREM, Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, um levantamento sobre o potencial de geração de energia a partir do lixo urbano da Região Metropolitana de São Paulo poderia gerar uma economia superior a 20 bilhões em 40 anos. A conta leva em consideração os benefícios à saúde pública e a mitigação de danos ambientais. Investir na coleta seletiva, investir em reciclagem e desacelerar com o consumo de plástico onde for possível. Por exemplo, porque você não começa a parar de consumir água em embalagens de plástico? Peça garrafa de vidro ou use squeeze para o consumo nas academias, mas por favor, que essa água do squeeze não venha de uma embalagem de plástico e sim de filtros. Quanto ao uso dos plásticos nos supermercados é preciso exigir o uso de plástico reciclável, aquele que se decompõe na natureza num curto prazo e é usado para embalar as compras, mas não para as demais coisas como embalar verduras e frutas. Uma campanha de conscientização do uso e descarte correto dos plásticos tem que ser desencadeada pelas empresas e governos. O que parece é que o importante é que o lixo seja descartado longe da casa do cidadão, não importando se o lixão gera poluição ou não. Mas tudo o que vai volta. Pesquisadores encontraram microplásticos em 98% dos peixes do Amazonas, segundo um estudo realizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Pesquisadores afirmam que a ingestão de plástico pode provocar mortandade desses peixes ou afetar a reprodução deles e levar ao desequilíbrio da cadeia alimentar; ou mesmo que esse material sintético pode, em última análise, parar no corpo humano.

Mas o que tudo isso tem a ver com a dança? Com o Forró? Tudo. Pessoas que dançam desenvolvem práticas sustentáveis, são mais sensíveis aos problemas do ser humano, sabem que sozinhos não fazem a dança, mas juntos podem produzir momentos de intensa felicidade e quando se é feliz, pensamos na felicidade de todos. Pensamos no futuro do planeta.

No próximo artigo o tema ESG na dança irá focar o Social e a Governança Empresarial e como a dança pode ajudar líderes e liderados.

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