Onde dançar Forró em São Paulo
O produtor cultural e professor Paz aponta os principais lugares para dançar Forró na cidade de São Paulo. Confira.
Segunda-feira
Indico o Forró de Terno no Remelexo talvez seja o Forró de São Paulo mais unfriendly que existe. Lá no começo, há 25 anos era chamado de Arrumadinho e, hoje continua com o mesmo produtor, Magno. E, por que é um Forró menos amigável? No salão, já presenciei danças inacabadas porque o cara ou a menina não queriam mais dançar. Eu “vejo” muito “não”, e talvez seja assim porque é o Forró, tecnicamente, de nível mais elevado que existe. Quando você vai ao Forró de Terno e você resiste (supera) àquela noite, você pensa: “Opa, peraí, aqui eu avancei um grau! ”, porque é diferente. Acontece uma coisa muito curiosa no Forró de Terno: às 22h30 não tem quase ninguém. Às 23h a casa está cheia. Às 3h da manhã ninguém foi embora ainda e, você se pergunta: “Esse pessoal não trabalha na terça-feira? ”. E às 5h da manhã ainda tem gente lá! Mas pensando em técnica de dança, é o melhor Forró de São Paulo. Também é o melhor Forró de SP porque os músicos estão de folga neste dia, eles vão lá fazer a canja. As pessoas que se predispõem a sair às segundas-feiras, não são “turistas” da dança. Por isso eu recomendo: se você está no começo, aprendendo a dançar Forró, talvez este não seja o melhor lugar para você começar.


Terça-feira
Eu preciso destacar 3 endereços. O Fitó que é um Forró de mulheres para mulheres, feito apenas com mulheres. Acontece em um restaurante em que todo o staff é de mulheres. É um Forró ideal para você ir como casal, mas também é agradável se for sozinho. É desenhado e tem esse diferencial de ser mulher com mulher, a banda que toca, geralmente também é de mulheres. É muito interessante! Ainda na terça tem o Canto Madalena do Filpo Ribeiro e a Feira do Rolo. É um Forró que começou como se fosse um ensaio aberto, talvez seja a primeira experiência desse tipo de Forró em São Paulo. Atualmente começa pontualmente às 20h e termina às 22h, porque a região é residencial. No entanto, é pedreira atrás de pedreira! Recebe um público um pouco mais descolado, USP, PUC, etc. É um público bacana, com boa conversa, com essa pegada do ensaio aberto que eu adoro. E mais recentemente, tem o Forró na House no Adega, na Zona Norte. A ZN sempre dançou muito. A primeira escola do Carlinhos de Jesus em São Paulo, foi na ZN. E lá tem esse bar, quase em frente ao Sesc Santana. O Forró na House, do meu amigo Renan, sempre troca as bandas. Uma vez por mês ele tenta misturar Forró com samba rock para os dois públicos se comunicarem. Você repara que é uma balada um pouco mais democrática.
Quarta-feira
Tem o Forró mais democrático de São Paulo e não por acaso ele é o mais underground. Acontece em um local considerado quase um porão, chamado Clube Jai. Não é cobrada entrada, mas é sugerido uma ajuda de custo, portanto, paga se quiser. O Jai tem a magia de juntar todas as tribos, então é onde menos o Forró é certo ou errado, porque todas as tribos realmente estão ali. Como é uma balada próxima ao metrô, é muito comum o pessoal sair de outras baladas e finalizar a noite na Jai. O horário de funcionamento começa cedo, então aquele público recicla umas três vezes durante a noite. É bem interessante!
Quinta-feira
Temos os Forrós da Zona Leste: Miliduki e Império. Vamos falar aqui da região metropolitana de Osasco, o Taça Cheia é um projeto meu, da Déia e sua banda: Duka Santos e os Meninos do Groove, que se apresentam uma quinta-feira por mês, e revezam com outras bandas nas outras quintas. Antes da balada, tem uma dinâmica minha, das 19h às 20h, que possibilita que pessoas que não dançam ainda, se sintam à vontade para arriscar uns passos nas aulas. Essa prática de aulas antes da balada começou no Remelexo, o Canto da Ema também ainda faz isso. Às quintas-feiras tem outro evento que concorre comigo, mas mora no meu coração, o Forró do Bar do Baixo na Vila Madalena.
Sexta-feira
Às sextas já se considera balada e, por isso, todos os forrós funcionam. Às quintas, sextas e sábados têm opções que a gente poderia passar a tarde inteira falando. Então, vamos pular esses dias, porque as opções são quase infinitas.
Domingo
Tem umas domingueiras que vale a pena comentarmos. A domingueira do Bar do Baixo é muito gostosa. Quase sempre eu vou, porque começa cedo, às 17h. Tem sempre duas bandas, e ainda é possível voltar para casa antes das 22h e mesmo assim dançar muito! Outro aspecto quase único no Bar do Baixo é que é possível dançar com staff da casa, então quem trabalha na casa não raro dança com os clientes, isso torna a atmosfera quase mágica, democrática demais… No Canto da Ema, o público mais fiel, frequenta às quartas e aos domingos. No domingo do Remelexo está passando por uma transformação no momento, porque houve mudança de produtor. O Remelexinho voltou a funcionar, trata-se de uma pré-balada, então vamos aguardar mais um pouco para saber como será. Aos produtores fica o recado: falta um Forrózinho aos sábados à tarde. Os Forrózinhos aos domingos à tarde é uma delícia, pois a gente vai lá dançar e quando são dez horas, já estamos a caminho de casa e liquidamos a fatura!

gostei muita dos toques .e das informações…só faltou colocar o endereço de cada casa…